quarta-feira, fevereiro 01, 2012













A JARDINEIRA






partia de seu ponto atrás da Igreja, passava pelos Baldim, fazenda de "seu" Flávio, Limeira, Cervo, Placa, Palmela e galhardamente ultrapassava mais de trinta mata-burros (certa vez contei trinta e dois). Barro, atoleiros, barrancos... uma epopéia. E à tarde, às 5h em ponto, ela retornava com a sua missão cumprida, desfazendo as angústias e as inquietações daqueles que haviam pedido uma encomenda: um saco de açúcar do armazém do Fonseca, um remédio da farmácia do Messias, receitado pelo Dr. Oliveira e ou Dr. Manoel; um sapato, uma agulha, um tecido da loja do Elias Bacha, um saco de cimento do Chico Gama, retratos da Foto Araújo do "seu" Paulino, uma galinha - pois essa Jardineira era pau para toda obra - e trazia de volta correspondências que representavam a esperança, e a curiosidade de todos nós.

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2 comentários:

  1. TEM CADA HISTORIA DESSA JARDINEIRA.RSRSRSR

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  2. Magno Antonio Baldim2/13/2012 11:49 PM

    JARDINEIRA


    O que resta de você?
    Você que já não tem restos?!
    Apenas algumas fotografias
    Já amareladas pelo tempo
    Penduradas numa parede qualquer.

    Você, jardineira
    Levou pessoas que não voltaram mais
    Levou lembranças para os que já tinham ido
    Levou perguntas
    Levou nossa gente humilde
    Nossos trabalhadores
    Nossos aventureiros
    Nossos amores
    E, até alguns animais você levou.

    Você trouxe pessoas que ficaram para sempre
    Trouxe saudades dos que se foram
    Trouxe respostas
    Trouxe enfim o progresso
    E esse acabou sendo o seu fim.

    É, jardineira...
    Trocaram você por um transporte moderno
    Mas por algum tempo
    Você nos fez existir
    Era nossa única e grata ligação
    Com o mundo lá fora.

    Magno Baldim 06/01/2000

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