A JARDINEIRA
partia de seu ponto atrás da Igreja, passava pelos Baldim, fazenda de "seu" Flávio, Limeira, Cervo, Placa, Palmela e galhardamente ultrapassava mais de trinta mata-burros (certa vez contei trinta e dois). Barro, atoleiros, barrancos... uma epopéia. E à tarde, às 5h em ponto, ela retornava com a sua missão cumprida, desfazendo as angústias e as inquietações daqueles que haviam pedido uma encomenda: um saco de açúcar do armazém do Fonseca, um remédio da farmácia do Messias, receitado pelo Dr. Oliveira e ou Dr. Manoel; um sapato, uma agulha, um tecido da loja do Elias Bacha, um saco de cimento do Chico Gama, retratos da Foto Araújo do "seu" Paulino, uma galinha - pois essa Jardineira era pau para toda obra - e trazia de volta correspondências que representavam a esperança, e a curiosidade de todos nós.
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TEM CADA HISTORIA DESSA JARDINEIRA.RSRSRSR
ResponderExcluirJARDINEIRA
ResponderExcluirO que resta de você?
Você que já não tem restos?!
Apenas algumas fotografias
Já amareladas pelo tempo
Penduradas numa parede qualquer.
Você, jardineira
Levou pessoas que não voltaram mais
Levou lembranças para os que já tinham ido
Levou perguntas
Levou nossa gente humilde
Nossos trabalhadores
Nossos aventureiros
Nossos amores
E, até alguns animais você levou.
Você trouxe pessoas que ficaram para sempre
Trouxe saudades dos que se foram
Trouxe respostas
Trouxe enfim o progresso
E esse acabou sendo o seu fim.
É, jardineira...
Trocaram você por um transporte moderno
Mas por algum tempo
Você nos fez existir
Era nossa única e grata ligação
Com o mundo lá fora.
Magno Baldim 06/01/2000